"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ADIPÓCITOS VISCERAIS E PERIFÉRICOS



"O tecido adiposo intra-abdominal (gordura corporal em torno dos órgãos viscerais) está associado com efeitos negativos à saúde, independentemente da quantidade de gordura corporal(1,2). O elevado acúmulo de tecido adiposo na cavidade intra-abdominal está associado à hipertensão, como relatado no African American Ethnicity Study(3), e ao risco de arteriosclerose em japoneses não-obesos, ou seja, com índice de massa corporal (IMC) normal(4).A obesidade é reconhecida como um problema de saúde pública que afeta a população adulta dos Estados Unidos e do mundo inteiro, aumentando o risco para doenças crônicas e para a redução da expectativa de vida(5,6). Embora a obesidade contribua para a resistência insulínica e o diabetes mellitus, essas alterações metabólicas são elevadas na população urbana da Índia, a qual apresenta IMC menor e relação cintura-quadril maior que a de europeus(1), demonstrando que a distribuição do tecido adiposo na região abdominal é tão importante quanto o IMC para o risco de desordens metabólicas(4,7).

A existência de tecido adiposo intra-abdominal também tem sido observada em crianças e adolescentes não-obesas(2). Utilizando tomografia computadorizada (TC), foi verificado que, independentemente do depósito de tecido adiposo subcutâneo no abdome, o aumento anual em 1 cm2 na área de tecido adiposo visceral está associado com elevação de aproximadamente 5% nos níveis sanguíneos de insulina ao jejum, em crianças norte-americanas(8)."(Radiologia Brasileira vol.40núm.5 São Paulo Sept/Oct.2007)

ANGIOTENSINOGÊNIO

O Angiotensinogênio é produzido no tecido adiposo, onde são encontrados, também,os restantes componentes do eixo angiotensinogênio I- enzimas de conversão- angiotensinogênio II. Êstes peptídeos, a nível cardiovascular, tem efeitos vasoconstritores e hipertensores e na remodelagem cardíaca e vascular. Em associação com as citocinas, permite explicar a associação da obesidade com a hipertensão arterial e morbilidade cardiovascular.

Os adipócitos periféricos, encontrados no tecido adiposo subcutâneo são aglomerados de células pequenas, bem diferenciadas, altamente sensíveis à insulina e não associados à aterogênese, alem de apresentar baixa lipólise; os adipócitos viscerais são pouco diferenciados,maiores, apresentam baixa sensibilidade à insulina, alta lipólise e estão associados à hipertensão e à diabetes tipo II.

O nosso desejo é ressaltar a importância da gordura visceral em particular e da obesidade, em geral,na determinação de distúrbios metabólicos capazes de desencadear diabetes, hipertensão , aterogênese e doenças cardiovasculares. O problema é mundial: a obesidade cresceu cerca de 6% na desenvolvida França,(de 8.5% para 14.5%) considerando estudos epidemiológicos realizados entre 1997 a 2009.Êste tema será motivo da nossa próxima postagem.Os estudos epidemiológicos franceses apontam uma relação inversa entre obesidade e renda familiar,o que nos faz pensar no acesso aos alimentos de qualidade em função da renda e numa cultura alimentar inadequada, por baixo nível de instrução. Não há de se descartar fatores genéticos. Ilustrarei com fotografias da gordura abdominal e da visceral, já que no artigo da Agência Fapesp consideramos a alternativa de medir a gordura visceral através da aplicação da Tomografia, com um simples corte tomográfico na região umbilical. Já estou com a requisição na mão e apelarei aos radiologistas da UNIMED Feira, que tem tomógrafo muito bom e excelentes profissionais, para realizarem as minhas medidas.Oldecir Marques.


Nenhum comentário:

Postar um comentário