"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

domingo, 10 de abril de 2011

PROPRIEDADES ANTIMICROBIANAS DO COBRE SÃO UTILIZADAS NO COMBATE ÀS INFECÇÕES HOSPITALARES

A UTILIZAÇÃO DO COBRE PARA COMBATER INFECÇÕES HOSPITALARES

POR TRISTAN VEY

A utilização deste metal, sob diversas formas,com reconhecidas propriedades antimicrobianas nas torneiras, nas maçanetas e em diversos móveis hospitalares e/ou domésticos, poderá ajudar a combater infecções nosocomiais.


Aberto em janeiro, o Centro Multigeracional(CIGMA) de Laval, Mayenne, escolheu o cobre para revestir 260m de corrimão e 200 pares de maçanetas dispensando o uso do aço inoxidável ou do tradicional PVC.

Nada a ver com qualquer espécie de capricho: os gestores da Instituição de Acolhimento de Idosos, que também é utilizada como creche, deseja proteger os seus moradores contra bactérias.A idéia vem da Inglaterra. Em 2006 a Universidade de Southampton, publicou um estudo no qual demonstra as propriedades antimicrobianas do cobre.Segundo estes estudos,mais de 99% das bactérias colocadas sôbre uma superfície de cobre ou liga contendo cobre, mesmo altamente resistente a antibióticos, morre em menos de duas horas. Uma grande parte das infecções nosocomiais( infecções contraídas em hospitais ou clínicas hospitalares) estão associadas a bactérias dissemináveis através do contacto com estas superfícies contaminadas e são levadas pelas mãos para a boca, orgãos genitais ou feridas. Na França, mais de 5% dos pacientes são afetados e mais de 4.000 morrem a cada ano, segundo estimativas realizadas por orgãos de avaliação de Políticas de Saúde.

Na segunda -feira,dias antes do Dia Mundial da Resistência Bacteriana, organizado pela OMS, a Universidade desenvolveu em parceria como Instituto Europeu do Cobre, uma impressionante demonstração das propriedade bactericidas do Cobre: colônias de Staphylococcus aureus( cerca de 10 milhões/cm2) depositados sôbre chapas de cobre morreram em menos de oito minutos. Em uma superfície de aço inoxidável , usada como testemunha, estas bactérias continuaram a crescer. Lembrar que estas bactérias são altamente resistentes à meticilina.A mais provável explicação é que " os íons de cobre da superfície, integram-se ao metabolismo das bactérias bloqueando o seu mecanismo respiratório a nível bioquímico" diz Bill Keevil, microbiologista inglês que conduz a pesquisa.

As experiências continuaram por 18 meses , no Hospital de Birmingham. Ensaios bem sucedidos:os elementos associados ao cobre( maçanetas, alças, chapas metálicas...) apresentaram entre 90 a 100% menos microorganismos em relação às superfícies revestidas em aço inoxidável, no final do dia e das observações(publicados no Journal of Hospital infecção ).Um estudo semelhante realizado no Chile traz resultados muito próximos. Outras experiências estão em curso na Alemanha, Grécia, África do Sul e Japão.

Por enquanto, nenhum resultado que traduza benefícios diretos para os pacientes foi publicado. Nos Estados Unidos, as propriedades microbicidas de 282 ligas de cobre tem sido reconhecidas pelas autoridades desde 2008.Os cientistas americanos analisam se a utilisação destes materiais em móveis, pode , efetivamente, limitar o número de infecções.

Aguardam-se resultados oficiais" entre maio e junho de 2011," diz o diretor do Centro de Informações sôbre o Cobre Olivier Tissot, muito otimista sôbre sua natureza.Segundo êle as autoridades sanitárias francesas aguardam estes resultados mas lembram que não se pretende substituir as atuais recomendações de higiene consagradas pelo uso e de baixo custo( lavar as mãos, etc...) após exames e manipulação de cada paciente.

Reluta-se de forma compreensível: esta nova linha de pesquisas para combater infecções tem um custo considerável. O Cigma de Laval, para testar seu equipamento inovador gastou 35.000 Euros.Em outras palavras, substituir todas as peças metálicas de camas, macas, estetoscópios, portas e vasos sanitários de um hospital, representa um custo expressivo.Pode, entretanto, valer a pena: un rapport du Sénat (um relatório do senado) sôbre as políticas de Saúde , em 2006, estimaram gastos estratosféricos de 730 milhões a 1,8 bilhão de Euros com infecções nosocomiais.

Le figaro.fr


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